Alfa Romeo regressa à F1. Como?


A casa do Biscione está de regresso á Fórmula 1, é oficial! A partir de 2018 teremos a Alfa Romeo Sauber F1 Team, cumprindo a Ferrari o sonho de ter uma equipa satélite e Sergio Marchionne o nome da marca de Arese de regresso ao capô motor de um Fórmula 1. A Alfa Romeo estava ausente do grande circo desde 1985, ano em que o 185T foi o cavalo de batalha da marca. E nessa altura, já sem a Autodelta a tomar conta das operações, mas sim a Euroracing. O último motor da casa italiana foi um V8 Turbo, que saiu de cena quando a FIA decidiu impor um limite de consumo sem direito a reabastecimento para a temporada de 86. Demasiado guloso, o 890T V8 deixou de ser competitivo e como o chassis era uma bela porcaria (chegou a ser requisitado o carro do ano anterior) a Alfa Romeo decidiu puxar a ficha e desligou a operação F1 no final de 1985.
E acabou mesmo com toda e qualquer relação com a competição automóvel depois de terminar com a participação nos campeonatos de turismos do final dos anos 90 e primeiros anos do novo milénio. Tinha regressado, por mãos privadas, aos turismos via TCR com o Giulietta.
O retorno à F1, anunciado sem pompa e ainda menos circunstância, verá o nome da marca na designação da equipa e no capô motor do Sauber de 2018 (e seguintes já que o acordo é multi anual) e pouco mais. É uma pura oportunidade de ficar com uma equipa satélite, colocar a rodar os pilotos de melhor qualidade da sua academia e, quando a Liberty conseguir implementar o teto orçamental – e vai consegui-lo, não tenham dúvidas – ter a oportunidade de gastar a dobrar sem ter de dar muitas justificações.
O acordo, diz o comunicado da Sauber, inclui “uma cooperação estratégica, comercial e tecnológica.” Sergio Marchionne referiu que “o acordo com a Sauber F1 é um passo significativo na reformulação da marca Alfa Romeo, que regressará depois de uma ausência de mais de 30 anos. É o retorno de uma marca histórica que ajudou a construir a história deste desporto e que assim se junta a outros construtores na disputa do Mundial. A marca vai beneficiar de partilhar tecnologia, conhecimento e estratégia com a Sauber F1.”
Tudo muito lindo, naturalmente, ficando evidente que será a Ferrari e o grupo FCA a pagar mais uma equipa que vai servir de cobaia e satélite, recebendo dois novos pilotos, Charles Leclerc e Antonio Giovinazzi, motores, caixas, tecnologia e dinheiro para os gastos. Ou seja, em época natalícia saiu o brinde á Sauber e a fava à Haas e à Toro Rosso que, em 2018, vão andar a lutar pelos lugares lá atrás. A primeira porque será a terceira equipa Ferrari, a segunda porque andará com motores Honda com Brendon Hartley e Pierre Gasly ao volante.

Veremos qual vai ser o próximo passo dos rivais da Ferrari. Se a RedBull tem já a ToroRosso, a Mercedes ainda não escolheu um ovo para acolher debaixo das suas asas. Será que a Force India consegue, apesar das dívidas, seduzir a casa de Estugarda? Veremos o que sucede dentro de algumas semanas quando a F1 entrar no modo hibernação. Veremos se a “silly season” vai ser bem mais interessante do que se pensava…

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