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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Denny Hamlin imolou-se em Phoenix

A NASCAR tem contornos que escapam a maioria dos simples adeptos e, muitas vezes, aos mais ferrenhos seguidores. Não será fácil para um europeu perceber esses contornos e ainda menos compreender porque se autoriza vinganças (paybacks como dizem os americans) em pista e se penaliza tão duramente detalhes de milésimas de milímetro nas verificações técnicas. Não é fácil perceber que os pilotos atrasados não têm obrigatoriedade de deixar passar os mais rápidos, podendo, mesmo, defender a sua posição para não perderem uma volta. Enfim, não é fácil perceber porque há 36 corridas, provas com mais de 800 km de extensão e porque se utilizam cubos de rodas com cinco pernos e um eixo traseiro rígido.
Mas se perdermos algum tempo a entender a filosofia e a génese da competição, entendemos que a NASCAR é um mundo à parte e que acaba por ser tudo isto, o secretismo do livro de regras e até a correlação de forças entre os proprietários das pistas (a NASCAR, Bruton Smith e um par de privados) mais a paz mantida entre as principais equipas – Hendrick Motorsports, Richard Childress Racing, Joe Gibbs Racing, Stewart Haas Racing, Roush Fenway, Penske Racing e Furniture Row – o cimento de uma competição que arrasta multidões e que conseguiu um contrato milionário com duas cadeias de televisão para os próximos anos.
Tudo isto vem a propósito daquilo que sucedeu nos últimos tempos entre Denny Hamlin e Chase Elliot, o primeiro ao volante do Toyota Camry #11 da Joe Gibbs Racing, o segundo aos comandos do Chevrolet SS #24 da Hendrick Motorsport.
Recuando o filme, Hamlin decidiu – como decidiriam todos os pilotos que estivessem na mesma situação, particularmente em Martinsville, a mais pequena oval do campeonato – mover da sua frente Chase Elliot. Exatamente a mesma decisão que o filho de Bill Elliot tinha tomado quando estava atrás de Brad Keselowski. Elliot deu um toque no #2 e tirou-o da frente, Keselowski saiu da trajetória, perdeu algumas posições, mas manteve-se em pista e em condições de terminar numa posição que mantivesse as suas aspirações para chegar à prova final de Miami na luta pelo título.
Hamlin, encontrou-se atrás de Elliot e não teve misericórdia – não tem de a ter – e tentou afastar o #24 da trajetória. Fosse aselhice de Hamlin ou reminiscências de algum mau feitio que Hamlin destila quando está em situações menos favoráveis, a verdade é que o toque desestabilizou o Chevrolet #24. Mas não de forma a tirá-lo, totalmente, da frente pelo que Denny Hamlin, tendo a opção de esperar pela próxima curva para voltar a tentar tirá-lo da frente, continuou a empurrar o carro de Chase Elliot até o enviar em pião de encontro às barreiras Safer.
Ganhou Denny Hamlin alguma coisa com isso? Nada! Fez sair a bandeira amarela, acabou com o carro destruído pelos toques que levou e fora dos lugares elegíveis que ofereciam passagem ao Championship 4, obrigando-se a ter uma corrida isenta de erros em Phoenix.
Naturalmente que Chase Elliot não ficou contente – afinal tinha a vitória ali ao alcance e acabou com a necessidade de demandar Phoenix para vencer se quisesse avançar para Miami na luta pelo título – mostrou o seu desagrado em pista com umas valentes pancadas no Toyota Camry #11 e, quando saiu do carro, confrontou o seu adversário, mas de forma pacífica e só levemente irritada por Denny Hamlin não encontrou melhor forma de se justificar do que mentir descaradamente, dizendo que foi empurrado por trás. Quando o carro mais próximo estava a uma boa dezena de metros…
Enfim, a polémica instalou-se, o público presente em Martinsville colocou-se ao lado de Elliot (que, curiosamente, é o segundo que mais vende merchandising, atrás do inevitável Dale Earnhardt Jr.) e apupou duramente Denny Hamlin. A semana passou, Chase Elliot não quis falar com Denny Hamlin, este desculpou-se no Twitter, mas o público já tinha dado o seu veredicto: CULPADO!
A ultima corrida dos Playoff é disputada em Phoenix, uma pista sui generis. Quase sem inclinação, tem uma espécie de bónus em forma de “dogleg” que permite escolher trajetórias alternativas, tendo como punição uma travagem complicada para a curva 4 que termina numa saída estreita já em plena reta da meta. Pode parecer que há muito espaço, mas a verdade é que não é assim.
Esta explicação prévia está ligada ao incidente entre Denny Hamlin e Chase Elliot que acabou com os dois fora da decisão do campeonato em Miami. Hamlin dominou a corrida, mas na parte final o Toyota degradou-se e no ar sujo (atrás de outros carros) conheceu algumas dificuldades. Já Elliot, depois de sair disparado para a liderança, via o seu carro apertar bastante no final de longos turnos em bandeira verde.
Esta situação acabou por colocar Denny Hamlin e Chase Elliot em luta direta por posição, numa altura em que o piloto da Joe Gibbs Racing já tinha ultrapassado o défice de 19 pontos face a Brad Keselowski (corrida muito complicada para o piloto da Penske Racing) e estava já com vantagem face ao campeão de 2012.
Estava a corrida no seu ocaso quando, pressionado pela presença de Keselowski nos dez primeiros devido a mais uma estratégia enviesada de Paul Wolf, seu chefe de equipa, Denny Hamlin fez uma série de escolhas erradas.
Tendo Chase Elliot ancorado à traseira do seu Toyota, Hamlin tinha a opção de deixar passar Elliot e concentrar-se na luta com Keselowski, batalha essa que, mesmo estando ao volante de um carro menos eficaz que na madrugada da corrida, estava mais ou menos ganha pois com o acumular de voltas, o Ford Fusion começaria a afundar-se na classificação. Poderia Chase Elliot chegar à vitória, mas isso Hamlin não sabia se era possível ou não.
A verdade é que Denny Hamlin escolheu enfrentar Chase Elliot que, na ocasião, estava com um carro muito rápido. Manteve-se na sua frente e o piloto do carro #24 foi-lhe dando toques, sem serem violentos, “avisando” que estava mais rápido. Hamlin entrou em pânico ao ver Keselowski perto e decidiu manter-se na frente de Chase Elliot. Este conseguiu a ultrapassagem com mais um toque, mas na malfadada saída da curva 4, Elliot deixou o carro escorregar, apertando com Hamlin contra o muro. O Toyota ficou maltratado e, pouco depois, o pneu da frente do lado direto rebentou e o #11 foi de encontro ao muro. Acabava a corrida e a possibilidade de lutar pelo título.
Quem teve a culpa? Denny Hamlin! Poderia ter sido mais inteligente – a sua equipa também o poderia ter ajudado mais – e sabendo do que tinha acontecido, deixava passar Elliot e esperava pelo que pudesse acontecer. Sabia-se que o carro de Chase Elliot apertava após muitas voltas em bandeira verde e sabia-se que Matt Kenseth estava muito rápido e tinha premência em ganhar uma corrida antes de se retirar.
Portanto, Denny Hamlin tinha uma escolha mais inteligente a fazer, deixar passar Chase Elliot e, provavelmente estaria agora a celebrar a passagem ao Championship 4 e a pensar como derrotar Martin Truex Jr., Kyle Busch e Kevin Harvick. A culpa é exclusivamente de Denny Hamlin, pois tomou uma decisão errada e a sua equipa, com Mike Wheeler á cabeça, não o ajudou a tomar a decisão certa.
Contas feitas, Hamlin ficou com o odioso da questão, Chase Elliot também não chegou ao Championship 4 e Brad Keselowski, que passou a corrida toda á procura de um antídoto para o comportamento horrível do seu carro e já pensava estar fora, acabou a fazer companhia aos outros apurados.
Como disse Niki Lauda, as corridas não se ganham só sendo veloz, há que ser inteligente e Denny Hamlin, manifestamente, não o foi e colocou-se à mercê da “vingança” de Chase Elliot, servida com requinte e de uma maneiraque acaba por ser quase inatacável pela forma e momento que escolheu. Ou seja, de um lado frieza e instinto, do outro nervosismo e falta de capacidade de análise. Talvez por isso é que Denny Hamlin não tem nenhum título na Monster Energy Nascar Cup Series.

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