sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Narizes, automóveis, boatos e redes sociais


Quando se juntam, as mulheres falam de moda, de maquilhagem, das outras que não estão e dos gajos que elas, em segredo, andam a tirar-lhe as medidas ao rabo ou outra coisa qualquer. Os homens quando se juntam falam, decantam umas cervejas e, inevitavelmente, falam de mulheres ou de futebol. Há depois uma casta superior que discute, sobretudo, automóveis, borrachas, peças, trajetórias e mais uma série de superiores ideias que foge aos comuns mortais. Que ficam muito bem com o futebol e com o vídeo árbitro e os emails, enfim, coias sumamente importantes na vida quotidiana de um homem.

Fui apanhado no meio de um destes turbilhões há uns dias quando fui convidado para fazer uma espécie de passeata pela Arrábida e Setúbal que desaguou numa prova complementar (nome giro para andar à volta dos mecos e a dar espetáculo aos setubalenses que enfrentaram o frio ali frente ao Clube Naval Setubalense) e num jantar absolutamente opíparo no D.Isilda. E, lá está, as conversas de “gajo” estiveram, sempre, em redor dos carros de corrida.

Portanto, através desta amostra é possível dizer duas coisas. Primeiro que os homens e algumas (mais do que se pensa) mulheres adoram automóveis e corridas de automóveis sejam elas quais forem. Depois que a as opiniões são como os narizes... todos temos um!
Piorando muitas as coisas, somos servidos por redes sociais que escorrem fel e chica-espertice, com muitos a quererem estar em bicos de pés, outros ás cavalitas e mais alguns que se acham prontos para serem jornalistas porque conhecem o A, o B, o C e até o abecedário todo. Amigos, tenho uma má notícia... não é jornalista quem quer, é quem sabe e, nas redes sociais, o que fazem não é jornalismo... é porteirismo! Sim, porteirismo de porteira ou, em bom português, coscuvilheirice!

Claro está que tudo tem duas faces, como as moedas, e nascem fontes de informação como cogumelos todos os dias e os incautos, os tais jornalistas de rede social, têm a tendência de engolir isco, anzol fio e cana na ânsia de contar a última coscuvilhice ou encher o peito e “eu sei do que falo” e mostrar à plebe que em terra de zarolhos, quem tem olho é reizinho. Por isso proliferam notícias que, afinal, não o eram... revelações que, percebidas as coisas, não passaram de novidade requentada e mal amanhada... declarações bombásticas sem qualquer tipo de confirmação ou de simples busca pela verdade! As redes sociais são o ambiente propício para narigudos e boateiros. Felizmente que a maioria deles são tão inocentes e cegos pelo desejo de ter importância, que acabam por ser inofensivos ou reféns dos seus muitos “wishfull thinkings”

Hoje o Facebook foi pródigo em notícias que deixaram muitos preocupados e outros tantos a vociferar contra tudo e contra a federação portuguesa de automobilismo e karting, FPAK para os conhecidos... Dizia-se, então, que além dos atrasos na divulgação dos calendários, a FPAK se estava a preparar para ter um fornecedor exclusivo de combustível. Caiu o “Carmo e a Trindade” e o vociferar de invetivas contra a federação foi mais veloz que atear fogo a pasto seco. Das tradicionais conspirações “alguém se está a encher” até algo mais rebuscado, tivemos de tudo.

O tsunami informativo e o mau estar causado pelo simples “um passarinho disse-me” levou a FPAK a lançar um comunicado, tosco, a desmentir que haveria um fornecedor de combustível único em 2018.

Porem, tal qual um acelerador de partículas ou um TGV, isso não conseguiu travar a chuva de impropérios, descargas de bílis, simples patetices ou comentários de circunstância do mesmo jaez dos feitos na Assembleia da República pelos “monos” que ficam atrás dos líderes para dizer “muito bem!”, “apoiado!”, “muito bem!”.

Ou seja, um pequenino boato incendiou um país inteiro e deixou alguns á beira de um ataque de nervos. Quem lançou o boato, seja em proveito próprio – do tipo “lança o barro á parede a ver se fica lá” – ou apenas para encher o orgulho de quem o difunde, terá conseguido alguma coisa. O quê, não faço a mínima ideia!

Apesar de #eunaopercebonadadisto deixo aqui uma nota para reflexão... que tal, e isto é apenas uma ideia nada mais, que tal antes de abrir o canal do disparate e lançar para o público ideias, pensamentos ou maledicências, investigar um pouquinho ou, já agora, perguntar aos visados se aquilo que sabemos é verdade? Se calhar estes nossos jornalistas de rede social precisam de perceber uma coisa... o direito ao contraditório e o escutar os dois lados da questão é quase “cine quanon” na profissão. Se calhar, digo eu, é que vocês não são jornalistas e há os verdadeiros jornalistas. Talvez por isso é que as redes sociais são um areópago de mentira e invenção como não há memória. Talvez por isso o povo ande tão mal instruído...


Vá lá... pensem um bocadinho antes de dizer alguma coisa. Perguntem aos visados se é mesmo assim. E não se convençam que saber uma ou duas coisas (ou até muitas depois de lamber livros e publicações mais ou menos duvidosas na internet) de um assunto é ser um “expert” nas matérias. Ou como dizem os espanhóis, um esperto. Não... a maioria de vós acabam mesmo por ser uns grandes chico espertos...

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